O sofrimento de Ana

Adaptado de mensagem de Eliseu Alves à Igreja em Fontaínhas – São João da Madeira. 08/09/2020

 

Todos nós somos vasos imperfeitos; uma evidência da decadência humana. Mas sabemos que vamos, um dia, ter um corpo novo. E podemos ter esta confiança pois Deus é um Deus de pacto de e de perdão. Deus não quebra os pactos que faz; eles são sempre quebrados pelo ser humano. O pacto e o perdão de Deus são indissociáveis. Pacto sem perdão é lei, é justiça. Mas pacto com perdão é misericórdia.

Como seres humanos lidamos e temos forçosamente de aprender a conviver com o sofrimento. O sofrimento é o denominador comum de toda a humanidade. E a humanidade tenta por todos os meios (cultura, ciência, tecnologia) minimizar ou eliminar o sofrimento.

Num mundo agitado, precisamos mais do que nunca ficar em silêncio, para aprender de Deus; ficar parados, para Deus avançar. É fundamental parar as palavras para ouvir a voz de Deus. É fundamental contemplar o nosso Deus. Uma relação íntima, pessoal com Deus, muitas vezes é descurada por causa da religião.

 

I Samuel 1

Ana era uma mulher sofrida. Tinha um problema específico que tomou conta da sua vida e atitude. Foi uma erupção, algo que lhe aconteceu e ela não podia controlar.  Ana foi uma mulher ferida pela dor. Ela tinha excesso de ansiedade e aflição. Ana para além de sofrer muito emocionalmente, sofria do estigma social e era socialmente etiquetada como sendo maldita. Na altura uma mulher infértil, era vista como estando assim por castigo de Deus. Para além disso, Ana era constantemente assediada, provocada por Penina. A pior forma de se atacar alguém e magoar é atingindo as zonas mais fragilizadas. Mas Ana, decidiu não reagir às provocações de Penina (vs 7), mas sofria isolada. Ana estava a passar por uma grande depressão. O mais irónico da história, é que Penina tinha vários filhos (vs 4).

Como reagiu Ana?… Ana não reagiu às provocações de Penina e entregou-se a Deus. “A resposta branda aquieta a ira…” Provérbios 15:1. A prova nunca é superior aquilo que podemos resistir.

Ana orava de forma silenciosa e derramava a sua alma perante Deus. Precisamos de, tal como Ana, entregarmo-nos perante Deus. Ana não quis servir-se de Deus, mas servir a Deus.

A prova num mundo caído, é inerente à existência humana. Por vezes o sofrimento vem em erupção e origina um drama. Parece que está tudo bem e de repente, a dor toma conta da nossa vida. A qualquer momento podemos perder tudo, ou tudo o que mais queremos. Mas devemos reagir e entregar os nossos problemas ao Senhor.