Abraão como filho, como pai e patrão

Adaptado de mensagem de José de Carvalho à Igreja em Fontaínhas – São João da Madeira. 06/10/2020

 

Génesis 12

Abraão vivia numa cidade repleta de idolatria, que existia também dentro da sua própria casa…. O seu pai era fabricante de ídolos. Por isso, identificar-se com o verdadeiro Deus, não terá sido fácil. A tradição familiar pode ser um entrave grande à nossa identificação com Cristo. Mas o poder de Deus é tremendo, e ele pode transformar uma alma, independentemente do ambiente que a rodeia.

Deus recomendou a Abrão que ele não só saísse da sua terra, mas que se afastasse da sua parentela. Abraão teve dificuldade em afastar-se da família, em particular do seu pai (Atos 7:4). Hoje em dia, certamente para muitos isso não seria difícil; quantos não abandonam os seus pais em hospitais, lares ou mesmo em casa entregues à solidão. Honremos os nossos pais e cuidemos deles sempre e que esse possa ser um exemplo para os mais novos.

E de facto, inicialmente Abraão não se conseguiu afastar de toda a família – levou consigo o sobrinho Loth. A certa altura, os dois começaram a ter problemas entre si, nessa altura Abrão concluiu que seria melhor separarem-se do que contenderem. No entanto, quando Loth se encontrou em dificuldades, Abrão deixou tudo e foi em seu auxílio. Tal como Abrão, devemos estar sempre disponíveis para a nossa família, para cuidar, ajudar e consolar.

 

Passaram-se anos até que Abrão tivesse o filho prometido. Abraão foi paciente e soube esperar no Senhor. O Senhor deu Isaac a Abraão e passado uns anos pediu a Abraão a morte do seu filho (Génesis 22). E Abraão entregou tudo ao Senhor mesmo o que lhe era mais precioso, o seu filho. Embora a tradição nos leve a crer que Isaac era uma criança, há algumas passagens na Bíblia, que nos indicam que Isaac teria entre 20 e 30 anos. E é realmente incrível pensar que Isaac, sabia o que lhe ia acontecer e ainda assim, sujeitou-se, não fugiu, não se revoltou… Isaac é uma figura do nosso Senhor Jesus Cristo, que se entregou livremente para ser sacrificado por amor de nós. Mas no caso de Isacc, o Senhor o poupou e Abraão continuou sempre a acompanhá-lo e a preparar o seu futuro (Genesis 24). Será, que tal como Abrão nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos? Devemos ajudar os nossos filhos, a caminharem sempre na presença do Senhor e que caminhem junto dos que buscam a presença do Senhor.

 

Génesis 24:12 e 27 – Abraão foi para os seus servos um exemplo de confiança no Senhor, o “bom cheiro de Cristo”. Que também neste aspeto possamos seguir o exemplo de Abrão, sendo uma referência para aqueles que trabalham connosco e que nos acompanham na nossa vida secular.

 

Que o Senhor nos ajude a ser bons filhos, bons pais e um testemunho vivo para os outros.