Memória

Mensagem de Simão Santos à Igreja em Fontaínhas – São João da Madeira – 20/02/2021

 

“Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura.” Isaías 42:8

 

Deus não abdica do seu reconhecimento e da sua glória (o que surpreenderá quem olha para Deus como génio da lâmpada que existirá para nos agradar).

A Bíblia apresenta Deus como alguém imponente, de personalidade bem forte que pretende que as suas ações sejam reconhecidas, valorizadas e lembradas.

 

1. Deus valoriza a Memória/lembrança

  • De Si mesmo – Salmos 135.13 “o Teu nome Senhor, dura perpetuamente e a tua memória de geração em geração”
  • Dos seus feitos – é por isso que existe Páscoa (lembrando a libertação do Egipto e figura da libertação do pecado); e Ceia do Senhor (em memória de Cristo e do seu sacrifício); por isso os pais contavam aos filhos as maravilhas que Deus fizera – Salmos 77.11
  • Dos seus compromissos – Génesis 9.15 (lembrança da aliança pós dilúvio); Ezequiel 15.21-22 (de não lembrar os pecados que nos condenam)

Que segurança, saber que Deus valoriza de tal forma os seus compromissos que, mais depressa os céus e a terra se esfumarão, mais depressa o impossível sucederá do que Deus falhará e comprometerá a sua honra, glória e memória.

A Bíblia, entre outra valências, é um livro de memórias de Deus, de povos e de pessoas, as palavras memorial e memória surgem aproximadamente cem vezes!

 

2. A memória dos justos

  • A Biblia lembra os feitos “simples” dos que com sinceridade se aproximam de Deus (os tais “justos”):
    • Mateus 26.13 eterniza uma mulher que ofereceu um perfuma a Jesus e Hebreus 11 uma multidão de cristãos – heróis
    • Provérbios 10.7 “A memória do justo é abençoada, mas o nome dos perversos apodrece” – os justos estão condenados a ser lembrados, enquanto os impios a ser esquecidos (exemplo: “O rico e Lázaro”)

A memória é uma forma de louvar: Por isso assinalamos os aniversários, casamentos, sucessos e até mortes.

3. Deus incentiva a mantermos uma memória viva:

  • Lembrar do Criador (Eclesiastes 12.1); de Jesus Cristo (2 Timóteo 2.8) que está vivo e que de acordo com o Evangelho da Graça, é o centro da Igreja e que esta tem por missão rogar que todos se reconciliem com Deus, confiando em Cristo como Salvador.
  • Lembrar a Palavra de Deus – Lucas 24.6 “ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou”; 2 Tessalonicenses 2.5 “Não vos lembrais do que vos dizia quando estava convosco”

A memória da Palavra de Deus é uma ancora forte e um refúgio seguro – Hebreus 13.7 “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.”

Temos sido agraciados com sermões que ficam na memória: José Teles – “Comida de porco”; José António “O centurião que diz: vai, vem e faz aquilo”; Carlos Oliveira “aprendendo a discernir”;

Devemos manter uma memória viva da Palavra de Deus, escondendo-a no coração;

  • Lembrar os irmãos
    • 2 Timóteo 1.5 “trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Loide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.”
    • 2 Timóteo 1.3 “porque sem cessar faço memória de ti nas minhas orações, noite e dia”

 

 

A memória de Deus permanece para sempre, assim como a dos cristãos que já partiram;

A nós, Deus permite lembrá-Lo e guardá-Lo no coração (como Maria Lucas 2.51), assim como a memória dos irmãos que nos deixaram um legado rico e memórias gratas;

Permite-nos ainda escrever a nossa história, crescendo, servindo e, quem sabe, ficar na memória de alguém.